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CAPELINHAS E IGREJAS RIBEIRINHAS - GUARDIÃS DA FÉ E DA MEMÓRIA

  • reginaceliborges40
  • 10 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 14 de ago.


 

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Entre a aridez da caatinga e a brandura das águas do Velho Chico, capelinhas e igrejas foram sendo construídas nos povoados ribeirinhos ao longo dos anos, tanto por famílias como pela coletividade. Cada capelinha ou igreja são guardiãs da fé, da memória e da identidade do povo, que nelas encontram não apenas conforto espiritual, mas também um espaço de vivência cultural.


Com o enchimento do reservatório Moxotó (1974-1975) muitas dessas capelinhas e igrejas ficaram submersas, levando consigo um pedaço da história do seu povo. Outras novas foram levantadas, algumas com o apoio da Chesf, como a Igreja São Sebastião, do povoado Umburanas, outras foram erguidas pelas mãos da própria comunidade e já carregam décadas de história, representando a espiritualidade, a arte e a tradição desse seu povo que, apesar das dificuldades enfrentadas, mantém viva a herança religiosa e comunitária.

 

Além do aspecto religioso, essas construções são importantes manifestações do patrimônio cultural material e imaterial de cada povoado, uma vez que as suas paredes contam histórias silenciosas de resistência e de esperança, de promessas, de devoções e milagres, simbolizando não apenas um lugar de fé, mas também de memória e identidade cultural.

 

Em cada uma dessas capelinhas ou igrejas, de arquitetura simples e altares decorados com devoção, manifesta-se a fé presente nas celebrações, batizados, casamentos, novenários, promessas, despedidas. Em cada uma delas dedicada especialmente a uma santa ou santo, são refletidos os testemunhos, os saberes e as tradições do grupo social e a forte relação entre o ribeirinho e sua crença em um Deus que acolhe e protege.

 

Neste sentido, preservar as capelinhas e igrejas é muito mais do que manter de pé um patrimônio material, é, sobretudo, salvaguardar as tradições e as histórias que compõem a alma do povo ribeirinho, abrigando o sagrado e mantendo acesa a chama da fé, de pertencimento e de memória coletiva que atravessa as gerações do povo das águas do São Francisco.

 




São José (Bananeiras), São Sebastião (Umburanas), Santa Rita (Santa Rita), São José (Martelo), Santo Antônio (Santo Antônio), Santa Luzia (Mari), Santa Ana (Malhada Grande), São Jorge (Fazenda Grande), Nossa Senhora Aparecida (Barra do Moxotó)



Fotografia: Mary Marques

Texto: Regina Borges

 

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