Exposição D’Arte em Madeira ocupa a Praça da Cidade e homenageia o sr. Antônio Rodrigues, Tonho do Capucho

reginaceliborges40
9 de jun.
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Atualizado: 10 de jun.

No último sábado, 7 de junho, das 14h às 19h, a Praça Governador Eduardo Campos, em Jatobá-PE, foi palco da Exposição D’Arte em Madeira, assinada pelo artesão Roberto Rodrigues. A atividade foi realizada com o incentivo da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) e dedicou-se à memória de seu pai, Antônio Rodrigues, falecido em 2023.

Conhecido carinhosamente como Tonho do Capucho, por vender algodão-doce pelas ruas, seu Antônio também era um exímio artesão. Poucos sabem, mas ele foi o primeiro mamulengueiro a se apresentar na feira livre no final da década de 1970, quando aquela área ainda era chamada de Cidade Livre — nome que mais tarde deu lugar a Jatobá.

Roberto e seu irmão, Cícero Rodrigues, herdaram do pai não apenas as mãos habilidosas, mas também o profundo amor pela sua terra. Com sensibilidade e técnica, transformam madeira morta em expressivas representações da paisagem sertaneja. Suas obras carregam fortes memórias afetivas da infância, marcada pelas andanças com o pai pelas ruas empoeiradas que, anos depois, se tornariam cidade.

Para essa exposição especial, Roberto trouxe esculturas inspiradas na fauna da caatinga, além de animais domésticos que fizeram parte de sua infância, como: cachorro, bode, porco, carneiro, jumento, tatu-bola, cobra, sapo, teiú e calangos.

“A caatinga é a minha paixão, com toda a sua beleza, seus animais de tantos formatos e cores!”, afirma Roberto.

A exposição atraiu diversos visitantes, com destaque para um grupo de crianças e jovens que, além de participarem da roda de conversa com o artista, interagiram de forma criativa com as esculturas, imitando poses e gestos dos animais, o que encheu o evento de alegria e encantamento.

Também estiveram presentes outros nomes da cena cultural, como o artista plástico Guilherme Raimundo, a escritora Regina Borges, e Edson Faria Jr. (“Chucky”), da Secretaria de Cultura de Paulo Afonso, além de amigos e familiares do artesão.

Para Roberto Rodrigues, a exposição foi especialmente emocionante: “Foi muito gratificante. Homenageei meu pai, o maior artesão e ser humano que conheci, e pude apresentar minhas obras na minha cidade, cercado de crianças que trouxeram tanta energia boa.”